domingo, 6 de março de 2011

[BAND OF HORSES]




Desta vez a viagem leva-nos até Seattle, nos Estados Unidos da América, e de lá, vamos visitar hoje os Band Of Horses (BOH). A banda fundada por Ben Bridwell, vocalista, existe desde 2004 e traz consigo na sua bagagem musical 3 álbuns de originais.

Neste mundo da música independente, perco-me um pouco na capacidade criativa que alguns críticos conseguem ter para catalogar projectos musicais. Isto tudo porque os BOH estão referenciados como indie folk, alternative country, indie rock country. Mas esqueçam as vozes graves e as botas em pele de cobra e os chapéus de cowboy, porque o rótulo é tão enganador como a capa de um livro. Se bem que os BOH apresentam elementos de country nas suas músicas, também elas estão recheadas de rifts de guitarras tipicamente rock. O problema da rotulagem é que acaba sempre por ficar alguma coisa de fora e nada melhor do que agarrarmos num equipamento de projecção musical, e sermos nós próprios a identificar as músicas que ouvimos da maneira mais simples: gosto ou não gosto. E no meu caso, os BOH, definitivamente, caem no campo dos meus gostos musicais. Por entre os ritmos country, rock, indie das suas músicas, a verdadeira essência dos BOH impõe-se sobre dois factores: a capacidade vocal de Ben Bridwell, que consegue explorar ao máximo o seu dom, e as melodias das suas músicas, que são uma verdadeira maravilha.




“Everything All The Time” (2006) é o primeiro disco deste grupo, e por acaso um dos álbuns com maior rotação lá por casa. Muito bem aceite pela crítica, rapidamente o primeiro single, “The Funeral”, foi absorvido por séries televisivas e os BOH entraram em grande rotação. Foi esta a primeira música que ouvi e fez com que este grupo passasse a integrar a minha selecção musical, e pessoalmente representa a verdadeira essência dos BOH.

O seu sucessor “Cease To Begin” (2007) encarrega-se de marcar a consagração dos BOH, carregando com ele duas das músicas que contribuíram para o crescente sucesso da banda No One's Gonna Love You" e "Is There a Ghost", marcam definitivamente o álbum. 

O trabalho mais recente dos BOH, “Infinite Arms” (2010), álbum de maior aceitação por parte do público, tem recebido as melhores críticas e diversas nomeações para prémios musicais, inclusive para os Grammys. Oiçam “Dilly” e “Laredo”. Em relação a escolhas pessoais, este último trabalho é o que aprecio menos, dentro de todo o seu universo musical.

BOH são consistentes e muito competentes dentro do estilo que os caracteriza. Não é um grupo que se goste facilmente, mas o que é verdade é que as suas músicas e melodias são uma verdadeira delícia. Conhecem bem o seu caminho e o terreno que pisa. Não pretendem reinventar o universo musical mas têm se mantido fiéis às suas origens e em cada trabalho editado, é possível encontrar sempre a sua essência.








Concerto Aula Magna - 7 Fevereiro 2011 - Band of Horses




No passado dia 7 de Fevereiro, os "Discos Soltos" estiveram presentes no concerto que os BOH deram na Aula Magna para uma noite que se revelou uma agradável surpresa. Ao contrário do que algumas críticas aclamaram, a banda portou-se muito bem, sem serem geniais é certo, num auditório cheio e no final, ninguém saiu desiludido. Os BOH fizeram uma entrada intimista e muito pessoal em palco, com apenas Ben Bridwell, vocalista, e Tyler Ramsey com uma guitarra para cantar "Evening Kitchen", uma das novas músicas da banda. O público em silêncio ficou a apreciar aqueles primeiros acordes e vocalizações, arrepiado.

De resto o espectáculo foi muito bem controlado e estruturado, fazendo passar o público pelo percurso musical da banda. Cheguei a ler críticas que o concerto tinha chegado a ser enfadonho e aborrecido. Eu não senti isso, nem pouco, nem mais ou menos. Verdade seja dita que os BOH, não são uma banda para fazer moche ou para saltar freneticamente. Se ouve momentos mais parados, foi porque as músicas assim o exigiram mas em nenhuma parte do concerto me senti aborrecido.



A gestão da setlist foi muito bem pensada, guardando para o final os grandes êxitos, que deixou o público presente, em apoteose. Ainda houve uma corda partida na guitarra do Ben Bridwell. No final, a aula magna aplaudiu de pé o grande espectáculo musical e visual.



P.s. – Todas as fotografias do concerto aqui publicadas foram tiradas pela minha colega dos “Discos Soltos” Filipa Marta aka PhiZz.

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