quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

[Radiohead]

Este ano vai definitivamente deixar uma grande marca em termos musicais. Vamos ter o novo álbum dos The Strokes, uma possível reunião dos Blur, a nível musical podemos esperar dos melhores concertos e estreais nos festivais que se aproximam. Vai ser, sem sombras de dúvidas um grande ano em termos de música. E a juntar a todos estes acontecimentos, acrescenta-se ainda a edição de mais um álbum dos Radiohead.  

O novo trabalho dos Radiohead, o oitavo da sua discografia, intitula-se “The King of Limbs”, e apesar do seu lançado em formato físico acontecer a 28 de Março, o download já está disponível no site da banda desde 19 de Fevereiro por uma modesta quantia de 6 libras (aproximadamente 8 euros) causando uma verdadeira euforia e satisfação para os seus seguidores. Os Radiohead têm aproveitado as novas tecnologias para se aproximarem cada vez mais do seu público. Já o tinham feito em 2007 com “In Rainbows” em que cada comprador indicava o preço pelo qual achava que deveria adquirir o álbum, e agora voltaram a fazê-lo, antecipando o lançamento o lançamento de “The King of Limbs”, disponibilizando as músicas em formato digital, acompanhado da divulgação do vídeo clip do primeiro single em ecrãs de algumas das avenidas das maiores cidades dos mundos.

Não vou fazer um escrutínio exausto sobre toda a discografia dos Radiohead, mas apenas a mais recente edição musical. No global, “The King of Limbs” é um bom álbum, é diferente, com base numa mistura electrónica minimal, muito bem acompanhada da voz de Thom Yorke, mas, na minha opinião, há qualquer coisa que falta, há um espaço vazio que falta preencher. Sou fã dos Radiohead, das guitarras eléctricas agressivas de “Ok Computer” (1997). Sei que não tem sido muito esta a linha por onde estão a seguir e desde “Hail to the Thief” (2003) que este facto se tem acentuado mais, abandonando as guitarras alucinantes e abraçando um beat mais electrónico. Não retiro a genialidade musical aos Radiohead, porque para mim são mesmo a banda mais genial da actualidade, mas “The King of Limbs” ainda não me convenceu. Não era o que estava à espera sou sincero, pensava que seria um regresso às origens, acho que e falta aquela energia electrizante que faz com que o pé bata ao ouvirmos uma música, como ainda faz a “Idioteque”. É um álbum morno, a meio gás, para um ambiente mais recatado e deu-me a ligeira impressão que se aproxima mais do trabalho de Thom Yorke, “The Eraser” (2006), do que um álbum de Radiohead. Outro pormenor que me despertou a atenção foi o facto de este trabalho apenas ser composto por 8 músicas. Ao que parece, em algumas lojas online que tem o disco em pré venda, pode ler-se “Radiohead – The King of Limbs, Vol. I”, implicado a existência de um Vol. II, ou não, porque este facto ainda não foi confirmado pela banda. Mas se assim for, e a segunda parte for o reverso da medalha e se tiver o que poderá faltar a nesta primeira parte, então muita coisa faz sentido. Mas até ao momento, serão nada mais do que puras especulações. 

O primeiro single a sair desta composição é “Lotus Flower” e também a primeira música que ouvi. É uma excelente música, um grande som mesmo e deixou-me muito entusiasmado para ouvir e conhecer o resto. Foi pena descobrir que o resto do álbum soa um bocadinho todo ao mesmo. Mas consigo retirar alguma satisfação de “The King of Limbs”, destaque para “Little by Little” é a minha preferida de todo o álbum, e aprecio espacialmente a balada melancólica ao piano, “Codex”, mas falta-lhe alguma alma tem a “Pyramid Song”. Não sei até que ponto este álbum pode resultar num festival ou num concerto, mas a tocar em casa resulta muito bem, e no final merece todo o tempo dispensado para se ouvir de uma ponta a outra. Sinceramente estava à espera de algo diferente, não é necessariamente mau, porque não o é, o álbum é bom, mas também não é nada de extraordinário. Mas quando se impõe a perguntar, “é para ouvir mais do que uma vez?”, a resposta é, “Definitivamente”. Aqui fica o primeiro single “Lotus Flower” e a grande dança de Thom Yorke. 


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